20 fevereiro, 2015

Oliver Sacks está de partida

Oliver Sacks, que pena, está de partida desta vida. Apesar de ser um momento tão triste, ele nos deixa uma carta de despedida emocionante, que nos faz pensar o tipo de pensamento que costumamos ter quando somos postos cara a cara com a morte. Transcrevo aqui um pequeno trecho da carta que ele publicou hoje no New York Times:


Nos últimos dias, tenho sido capaz de ver minha vida a partir de uma grande altitude, como uma espécie de paisagem, e com um profundo senso de conexão em todas as suas partes. Isso não significa que minha vida tenha terminado. Pelo contrário, sinto-me vivo intensamente vivo, e quero e espero que no tempo que me resta, continue a aprofundar minhas amizades, dizer adeus àqueles que amo, escrever mais, viajar, se tiver força, e alcançar novos níveis de compreensão e percepção. Isso implicará em ter audácia, clareza e uso da palavra; tentar endireitar as minhas contas com o mundo. Mas haverá tempo, também, para a diversão (e até mesmo para algumas bobagens ).
Sinto-me focado e com perspectiva. Não há tempo para nada não essencial. Tenho de me concentrar em mim mesmo, no meu trabalho e meus amigos. Não vou assistir as noticias todas as noites, nem prestar qualquer atenção à política ou discussões sobre o aquecimento global.
Isto não é indiferença, mas desapego - ainda me importo profundamente com o Oriente Médio, o aquecimento global, a crescente desigualdade, mas estes não são mais assuntos meus; eles pertencem ao futuro. Alegro-me quando me encontro com os jovens supercapacitados- como aquele que fez minha biópsia e diagnosticou minhas metástases. Sinto que o futuro está em boas mãos.
Tenho estado cada vez mais consciente, nos últimos 10 anos mais ou menos, de mortes entre os meus contemporâneos. Minha geração está indo embora, e cada morte, sinto como um descolamento, um rasgar de parte de mim. Não haverá ninguém como nós quando nos formos, mas também, não há ninguém como qualquer outra pessoa, nunca. Quando as pessoas morrem, não podem ser substituídas. Elas deixam buracos que não podem ser preenchidos, pois é o destino - o destino genético e neural - de cada ser humano, de ser um indivíduo único, para encontrar o seu próprio caminho, para viver sua própria vida, para morrer a sua própria morte.
Não posso fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é de gratidão. Amei e fui amado. Recebi muito, e dei algo em troca. Li, viajei, pensei, escrevi. Tive uma relação íntima com o mundo, a relação especial de escritores e leitores.
Acima de tudo, tenho sido um ser senciente, um animal pensante, neste belo planeta, o que, por si só, tem sido um enorme privilégio e uma aventura.”
http://www.nytimes.com/2015/02/19/opinion/oliver-sacks-on-learning-he-has-terminal-cancer.html 
Oliver Sacks

18 fevereiro, 2015

Boyhood - Da Infância à Juventude





Cara, como a vida passa rápido. E como a gente muda e tudo à nossa volta muda e a gente nem percebe...
Este filme é pra aplaudir de pé!

14 fevereiro, 2015

The Akira Project - VFX Behind the Scenes [Official]


11 fevereiro, 2015

Bomdemás


07 fevereiro, 2015

Je Suis Heisenberg



Somos todos Heisenberg, por isto amamos Heisenberg, por isto nos identificamos com ele.
Em algum momento da vida, nos perguntamos: é só isto? A vida vai ser tão curta assim? Tão trivial?
Vamos continuar sendo estes cordeirinhos até o fim? Esperando o tempo passar? Vivendo na mediocridade até que um ataque cardíaco nos leve enquanto dormimos? Somos gado caminhando para o abate.
Eu, particularmente, fico indignado.

ps:Better Call Saul já está rolando e é uma maravilha maravilhosa

Ghibli : O Reino dos Sonhos e Loucura




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