gutao

Sabe aquele cara dos posts aí embaixo? O Gustavo que se basta, que viaja sozinho, que nunca vai casar?
Este cara acaba de falecer. De quê? Foi uma morte muito natural. O último suspiro?? Morreu suspirando! Te viu, suspirou e morreu.
E agora estou aqui, te deixei em casa, te liguei, mandei mensagens e agora não consigo dormir, seu cheiro não deixa.
E hoje eu encho o peito pra falar: Não existe no mundo homem mais feliz do que eu, e a culpa é toda sua. Porque você... você é algo assim, é muito mais que esperava.
É tudo pra mim! É como eu sonhava!
Agora faça me um favor e avise aí pro Santo Antônio que o processo seletivo acabou.




SOU FELIZ AGORA!

Vou falar de você, menina mais bonita do mundo. Era show do Seu Jorge e meu amigo passou lá em casa, comentou que íamos pegar você logo ali, duas quadras abaixo. Confesso que estava cansado, depois de uma tarde inteira em um bar com nossos amigos, mas foi só te ver, toda graciosa vindo em nossa direção que o desânimo passou. Me lembro que comentei: Esta é a mulher mais bonita que eu já vi na minha vida.
Conversamos e logo descobri que além de linda você é escritora e escreveu um texto genial sobre um Santo Antônio que veio da Itália e que tem a tarefa de te casar.
Mesmo que pareça fácil, acho que esta missão é uma das mais duras que Santo Antônio já recebeu, envolve grande responsabilidade. Te expliquei isto no e-mail, cuja resposta você publicou. Saiba que isto me emocionou profundamente.
Se tudo que você queria era ser a mulher mais bonita do mundo para alguém, sua vontade foi realizada desde aquele primeiro instante em que te vi. Uma lindeza completa.
Estou aqui, rezando pra Santo Antônio.

O email que defende Santo Antônio:

...Eu acho que este Santo Antônio estava te poupando de algo precipitado, afinal para a mulher mais bonita do mundo, Santo Antônio tem que caprichar no trabalho, senão o casamento termina logo e ele fica com fama de incompetente.
O problema do seu Santo Antônio é que ele estava com receio de você não ser devidamente tratada. Santo Antônio sabe que ele não pode pisar na bola com você. Uma mulher tão bonita e interessante deixa até Deus pisando em ovos.
Vou mandar um email pro Santo Antônio, outro pra São José, copiarei todas as santidades, e até mesmo o Papa. Escreverei pedindo pra participar do processo seletivo.
Diz o Hemingway que as únicas pessoas que não estragam um dia de primavera são aquelas que são melhores que a primavera. Você é melhor que a primavera, verão, outono e inverno...

Como sei que você adora ler ouvindo música, uma musiquinha pra você.



Paris nos aguarda!

Ooohhh my god!!!! Whaaaaaaaaat the hell???


Ontem estávamos nos comparando a Danny Hart, o ciclista mais insano do mundo. Por isto presto uma pequena homenagem a todos meus amigos, esta turma sem freio. Uma turminha que sabe se divertir com qualquer coisa que a vida jogue sobre nós.
O negócio é este: viver como se o planeta fosse acabar em meia hora, pedalar como se tivesse roubado a bicicleta e tratar as senhoritas como rainhas.

Se tivesse que escolher um só livro para carregar na mochila, este livro seria Paris é uma festa, de Ernest Hemingway.
Na minha opinião, Hemingway é o melhor dentre todos os artistas da geração perdida. Em Paris, sempre que eu tomava uma cerveja perto da Sorbonne ou fazia uma refeição em um café perto do Sena, eu me perguntava: Será que Hemingway já se embriagou neste lugar? Será que já paquerou uma mademoiselle neste mesmo balcão?
Provavelmente a resposta seja afirmativa para todas estas perguntas, já que ele morava naquele bairro e frequentava a boemia daquela região.
Gosto deste livro especialmente por ser autobiográfico e por refletir a personalidade bon-vivant de Hemingway, um cara que sabia saborear a vida. Embora nesta época tivesse pouco dinheiro, ele sabia aproveitar, comendo pães com linguiça às margens do Sena ou tomando rum nos pubs, sempre com um caderninho no bolso interno do casaco (não, não era Moleskine, era um caderno modesto de capa azul, dois lápis e um apontador). Hemingway me inspira a viver uma vida memorável.
Trechos de Paris é uma festa, meu eterno livro de cabeceira:

"Uma moça entrou no café e sentou-se perto da janela.
Era muito bonita, com um rosto fresco como moeda acabada de cunhar, se é que se possa cunhar moedas em carne tão macia, coberta de pele umedecida pela chuva. Seus cabelos eram negros como a asa de um corvo, cortados rente e em diagonal à face.
Olhei para ela, senti-me perturbado e numa grande excitação. Desejei colocá-la no meu conto, ou noutra parte qualquer, mas a moça se colocara de maneira a poder acompanhar o movimento da rua e da entrada do café, e compreendi que estava à espera de alguém. Por isso, continuei a escrever.
O conto escrevia-se por si próprio, e eu tinha dificuldade em conduzi-lo. Pedi outro rum Saint James, observando a moça todas as vezes que levantava os olhos ou quando fazia a ponta do lápis, com um apontador, deixando as raspas encaracoladas no pires que tinha sob o cálice.
- Eu te vi, oh beleza, tu me pertences agora, seja quem for que estejas esperando e mesmo que nunca te veja mais em toda a minha vida - pensei. Tu me pertences, toda Paris me pertence e eu pertenço a este caderno e a este lápis.
Voltei a escrever, entrei a fundo na história e me perdi nela. Agora quem a escrevia era eu; o conto não se escrevia mais a si próprio, de modo que não tornei a levantar a cabeça. Esqueci-me do tempo, do lugar em que me encontrava e nem sequer mandei vir outro rum Saint James. Cansara-me dele sem pensar nisso. Terminei o conto, afinal, sentindo-me realmente cansado. Reli o último parágrafo e, quando levantei os olhos à procura da moça, não a encontrei mais. Tomara que tenha ido com um homem decente, pensei. Mas sentia-me triste."

"- Ah, uma coisa eu aprendi bem.
- O quê?
- Que nunca se deve viajar com uma pessoa a quem não se ame.
- E não é bom ter descoberto isso, Tatie?
- Claro que é. E iremos à Espanha, nós dois.
- Ótimo. Faltam apenas seis semanas para partirmos.
E ninguém nos atrapalhará este ano, não é?"

"- Voltaremos então para casa, comeremos aqui mesmo, teremos um jantarzinho delicioso, beberemos o Beaume da cooperativa que podemos ver daqui da janela, pelo preço indicado na vitrina. Depois leremos um pouco e, mais tarde, iremos para a cama fazer um amorzinho gostoso.
- E nunca amaremos a qualquer pessoa tanto quanto amamos um ao outro.
- Não. Nunca."

A mãe do meu amigo me avisou: Vocês estão precisando é de arrumar umas namoradas, pra botar um freio nos dois.
É, faz sentido, seria uma boa idéia. Mas enquanto isto não acontece, sai da frente que estamos sem freio.

As coisas são bem mais divertidas com sweet disposition.

Pré-festinha.




Pós festinha




E a eterna pergunta que não quer calar: Anotaram a placa??

Sombras da Noite é simplesmente bomdemás. Mostra do que uma mocinha brava é capaz. Passei mal de rir, virei persona non grata do cinema e vou ter que assistir de novo pra ver as partes em que eu estava rolando no chão de dar gargalhada.
Eu não tenho palavras pra descrever este filme, é do nível de Edward Mãos de Tesoura.
Ah... E se passa em 1972, o melhor ano da história do mundo.

Tanaka zombie hahahaha

Hemingway dizia que a única coisa capaz de nos estragar um dia de primavera são as pessoas, exceto por aquelas que são tão boas quanto a primavera. Pois pra mim o astral deste cara é assim, contagiante. Dizem que um gambá cheira o outro, pois é, já fui logo simpatizando com este malaco, olha o tanto que ele se diverte com o que faz, é como um viajante que não carrega bagagem.
O malaco em questão é Nigel Kennedy, ele foi menino prodígio, já tocava aos 10 anos e recentemente bateu record da iTunes Store com sua interpretação de Vivaldi, ele é simplesmente um gênio, e se comporta como um gênio: não se leva a sério , se veste da forma confortável e ri dos próprios erros.
O cara ri o tempo todo...
Ah e quase não sabe tocar violino...




"Existe uma música de amor de Vivaldi, que ele escreveu para esta senhorita que ele nunca poderia encontrar, por causa de seu trabalho para a igreja, que proibia estas ligações. Então ele só a via pela janela quando ele estava escrevendo seu concerto do início da manhã de cada dia, e ele não podia nem dizer alô, porque a janela estava fechada...
Isto me lembra de meu grande amigo Axl Gerhart (o músico que está ao lado dele) que me disse hoje que está vendo, na platéia, uma linda jovem, que também, devido ao seu trabalho como professor, é proibida para ele."


"Ele (Vivaldi) era muito prolífico, ele não premeditava estas coisas, ele acordava de manhã e escrevia estas coisas muito rapidamente. Então a este respeito, eu acho que sempre há algo renovador na energia do trabalho de Vivaldi."