22 março, 2015
A melhor época da vida
Você está andando na zona portuária de Hamburgo, naquela que era considerada a rua mais violenta do mundo. Resolve arriscar sua pele entrando em um clube de striptease, lá dentro o ar está totalmente enfumaçado, tomado pela nicotina. Brigas homéricas explodem o tempo todo entre marinheiros vindos de todos os cantos do mundo e estivadores que frequentam o local, só gente phyna. Garçons sentam o porrete enquanto brigões se penduram nos lustres. O lugar é uma confusão total.
Enquanto isto, no palco da pocilga, uma banda de meninos toca sem parar, como se nada estivesse acontecendo. Tocam como loucos, insultam a platéia, fazem todo tipo de maluquices no palco, mantêm o pique a noite toda, sob o efeito de anfetaminas. Só param pro show das strippers e depois retornam.
Aqueles meninos, vindos diretamente da Inglaterra eram os Beatles que se tornaram uma banda neste pulgueiro. Foi assim que eles começaram, suando a camisa, só tocavam e dormiam. Não tinha glamour nem conforto. Usavam o banheiro de um cinema e se cobriam com bandeiras roubadas de navios ingleses. Eram obstinados e incansáveis, sabiam muito bem o que queriam. Estou lendo e recomendo muito o livro A Vida dos Beatles de Hunter Davies que se fixa nos anos de Hamburgo.
Trechos muito legais:
"Várias vezes espocavam brigas na pista de dança, cadeiras e copos ou garrafas voavam por toda a parte. Todos os seguranças tinham cassetetes e não refrescavam com quem aprontava confusão ou não pagava a conta. Os garçons tinham um sistema: um apitinho que podiam soprar para que os seguranças e outros garçons musculosos aparecessem para intimidar o freguês que ousasse fazer confusão."
"Víamos muitas brigas. Brigas enormes, com caras pendurados nos lustres e pulando por cima das mesas, exatamente como as que se vêem no cinema."
“Foi Hamburgo que fez o milagre. Foi lá que realmente nos desenvolvemos. Para manter os alemães acesos, e o astral alto por doze horas de cada vez, suamos a camisa. Nunca teríamos aprendido tanto se tivéssemos ficado em casa.” – John Lennon em 1967
“Tivemos de aprender milhões de músicas. Tínhamos de tocar durante tanto tempo que, simplesmente, tocávamos de tudo... Hamburgo foi realmente o nosso aprendizado, aprendemos a tocar na frente das pessoas” – George Harrison
E a despedida de Hamburgo:
"Vamos nos ver em breve, hein?”. Lennon riu, deu um tapa na mesa e disse: “Horst, nunca mais voltaremos. Estou lhe dizendo e é isso aí. Se voltarmos você terá de estender um tapete vermelho para nós.”
Enquanto isto, no palco da pocilga, uma banda de meninos toca sem parar, como se nada estivesse acontecendo. Tocam como loucos, insultam a platéia, fazem todo tipo de maluquices no palco, mantêm o pique a noite toda, sob o efeito de anfetaminas. Só param pro show das strippers e depois retornam.
Aqueles meninos, vindos diretamente da Inglaterra eram os Beatles que se tornaram uma banda neste pulgueiro. Foi assim que eles começaram, suando a camisa, só tocavam e dormiam. Não tinha glamour nem conforto. Usavam o banheiro de um cinema e se cobriam com bandeiras roubadas de navios ingleses. Eram obstinados e incansáveis, sabiam muito bem o que queriam. Estou lendo e recomendo muito o livro A Vida dos Beatles de Hunter Davies que se fixa nos anos de Hamburgo.
Trechos muito legais:
"Várias vezes espocavam brigas na pista de dança, cadeiras e copos ou garrafas voavam por toda a parte. Todos os seguranças tinham cassetetes e não refrescavam com quem aprontava confusão ou não pagava a conta. Os garçons tinham um sistema: um apitinho que podiam soprar para que os seguranças e outros garçons musculosos aparecessem para intimidar o freguês que ousasse fazer confusão."
"Víamos muitas brigas. Brigas enormes, com caras pendurados nos lustres e pulando por cima das mesas, exatamente como as que se vêem no cinema."
“Foi Hamburgo que fez o milagre. Foi lá que realmente nos desenvolvemos. Para manter os alemães acesos, e o astral alto por doze horas de cada vez, suamos a camisa. Nunca teríamos aprendido tanto se tivéssemos ficado em casa.” – John Lennon em 1967
“Tivemos de aprender milhões de músicas. Tínhamos de tocar durante tanto tempo que, simplesmente, tocávamos de tudo... Hamburgo foi realmente o nosso aprendizado, aprendemos a tocar na frente das pessoas” – George Harrison
E a despedida de Hamburgo:
"Vamos nos ver em breve, hein?”. Lennon riu, deu um tapa na mesa e disse: “Horst, nunca mais voltaremos. Estou lhe dizendo e é isso aí. Se voltarmos você terá de estender um tapete vermelho para nós.”
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